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Antes de começar o texto propriamente dito queria falar sobre um erro cometido.No inicio do capitulo 1 dei a entender que a escola para abandonados estava pronta foi um equivoco e percebi o quanto estava confuso então está corrigido.
PS: não leia esse capitulo sem ter lido o capitulo anterior : http://tarssiodisa.blogspot.com/2010/10/capitulo-1.html
Capitulo 2 :
Era uma vez, também, o abade Marcos. Um senhor de setenta e poucos anos, olhos azuis, barba por fazer, já quase sem cabelos e com um ar de sabedoria e o corpo bastante castigado de tantas penitências.
Quando pequeno, o Joseph Mauri conheceu apenas o pai. Pai este que veio de uma família italiana bastante humilde que vivia do cultivo de uvas na região sul do país, o sexto de sete irmãos, teve o direito de estudar, ir para a capital e tentar ser alguém na vida.
Seu Mauri encantado com a universidade e com o momento anti-ditatorial se envolveu com a causa estudantil. Em uma noite, chegou em casa às pressas, arrumou as malas do pequeno Joseph e partiram para a Itália às escuras.
E era com as pequenas confraternizações que o pequeno ia relembrando das coisas do Brasil, do futebol, do Rio de Janeiro que viu apenas em fotos, da música, da arte, um pouco de tudo que era brasileiro e que agora era apenas saudade.
Quando fez 15 anos, o Joseph foi “abandonado” em um convento em Roma com um bilhete que apenas dizia: “Filho te amo, volto logo.” E era essa a única lembrança que tinha do pai que agora ele tanto odiava. Como o maior dos seus ícones o deixou ali?
Mesmo assim aos poucos foi se conhecendo e, talvez por falta de opção, descobriu que sua vida era viver para o bem da igreja e do próximo. E aos poucos foi se destacando. Era um menino alegre, apesar de misterioso, gracioso, inteligente, bondoso e fazia fácil muitos amigos. Também se destacava nas aulas de teologia, filosofia, sociologia e todo tipo de ciência.
Aquele descendente de brasileiro agora já era um ítalo-brasileiro. Lembrava pouco do país natal, de onde morava e aos poucos todas as imagens de infância, adolescência, Brasil, família foram sumindo.
Até que, claro, o destino...
E claro que o leitor deve atentar o quanto o destino é perverso. Claro que não é novidade e nem inesperado o que vem a seguir, mas é o que acontece. O destino sempre cobra aos que devem.
Até que claro, o destino fez com que houvesse o reencontro do, agora monge, Mauri com seu pai. O Mauri já tinha seus trinta e dois anos e realizava missas numa pequena comunidade na cidade de Milão, já era um homem formado com um caráter bem definido e infelizmente, mesmo que de forma inconsciente, se sentia amargurado por não ter memórias sobre o que ele realmente era.
O encontro foi marcante. O pai contou sobre suas viagens pelo mundo, as várias perseguições que sofreu, os amores errantes, as noites de choro e arrependimento. Era uma dupla confissão, o pai não só pedia perdão para Deus como também ao seu filho.
Confusa a situação, o Joseph disse que Deus perdoava os pecados do pai e o aplicou uma penitência que aprendeu a “calcular” durante seus tempos de convento. Mas quando perguntado se ele também tinha concedido o perdão, não soube o que responder.
O seu pai saiu revoltado e pouco se importou com o perdão de Deus. O que realmente ele queria não conseguiu.
Aos poucos o Monge Mauri começou a se perguntar sobre o que ele tinha feito e isso lhe consumiu por bastante tempo. Como ele estudara a vida inteira para ser um apóstolo de Cristo e não conseguiu fazer a mais simples e divina obra: perdoar.
E foi assim que começou a se questionar sobre o que realmente era Deus.
Voltou ao convento, fez penitência, trabalho voluntário e foi assim mais dez anos da vida. Afim de encontrar-se em algum livro, em alguma reza, em alguma sala escura, se encontrar na solidão que só o silêncio possibilita.
Paralelamente a isso, teve um sonho um tanto revelador. Nele, uma mulher docemente loira, baixa, com cabelos angelicais, o acariciava com o mais puro dos amores e ele, deitado de olhos fechados, foi se sentindo sufocado.
Além de ter brigado com o pai, agora não sabia quem era aquela mulher, não sabia o que era Deus e acima de tudo não sabia quem realmente era o Joseph Mauri.
Em busca dessas respostas, ele voltou ao Brasil, sua terra-natal. No entanto, apenas as suas dúvidas continuaram. O seu pai estava morto. Nunca encontrou a mãe e nenhum outro parente próximo que pudesse falar algo sobre a sua infância.
Mas, mesmo assim, encontrou algo familiar: um convento. Parecia muito com o convento que cresceu em Roma. Localizava-se em um vilarejo e para ele dedicou o resto de toda a sua vida.
Agora o abade Marcos era um sábio, bom conselheiro, amável e bondoso com todos. Toda a sua peregrinação e os erros cometidos no passado levaram à evolução e formação de um homem que encontrou a Deus em si próprio.
Aliás, o que é mais importante do que descobrir que Deus está em todos nós?
Neste exato momento, batia às seis da tarde e estavam ali todas as pessoas importantes da cidade reunidas para ouví-lo.
O abade propôs a construção de uma escolinha e abrigo para crianças abandonadas, onde elas teriam educação religiosa e profissional. Facilmente convenceu a todos e dali a pouco tempo começariam as obras e também a história.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Capitulo 1
Era uma vez um convento. Era lá onde viviam os monges, os padres e o abade Marcos e eram eles que sonhavam em construir um abrigo para meninos abandonados na infância. Era tudo modesto no convento; livros antigos, salas escuras, penitências, pouca comida e o silêncio mais profundo que só conhece quem precisa pensar.
Sua arquitetura era bastante tenebrosa. De longe podia ser visto um castelo com várias grandes janelas e torres; era totalmente escuro e ficava em cima de uma grande colina. Em noites de chuva ou em alguns dias do ano, podia se ver uma névoa que rodava o convento.
Nem sempre foi um convento. A história diz que foi construído para uma dama. Um português tinha gastado todo o seu ouro, prestígio e fama para construir aquela obra faraônica para uma espanhola de família nobre.
A obra demorou 10 anos para ser terminada. Depois de todo esse tempo a espanhola tinha perdido o ar jovial, o português tinha morrido de tuberculose, as duas famílias tinham sido arruinadas e o castelo estava, enfim, abandonado e amaldiçoado.
Isso ocorreu por bastante tempo até que o primeiro abade, João, resolveu juntar a ordem franciscana daquela área e reformaram o castelo. Foram mais cinco anos de trabalhos intensos e intermináveis. À noite o castelo brilhava, talvez pelo trabalho dos ferreiros, mas os moradores podiam jurar que viam anjos erguendo as tábuas e modelando a obra de Deus.
Foi assim que passou de geração por geração. Houve Joões, Pedros, Tiagos, entre outros abades. E foi a partir da obra de todos esses enviados de Deus, que se criou uma vila nas redondezas.
Era uma vila de passagem. A população era constituída basicamente de viajantes que passavam noites ou peregrinos que vinham de locais bastante distantes para visitarem o convento. Havia uma escola prática onde os alunos aprendiam a pescar, caçar, forjar e outros trabalhos pesados. No mercado havia abundância de peixes, frutas e verduras (que eram plantadas nas hortas do convento). As três pousadas amarelas da Dona Cecília davam um ar de graça e jovialidade na cidade contrastando com o resto escuro e sombrio.
As pessoas daquela época também eram sombrias, apesar de toda luz emanada pelo convento. Ao nascer do dia, pareciam vários porcos que se deliciavam na lama, a ignorância parecia ser motivo de felicidade. Na noite, a boemia, a orgia e a vida mundana se deitavam e se beijavam de um jeito tão sem fim que só a luz do sol fazia cessar.
Mas hoje, no convento, havia apenas os livros históricos da cidade, documentos importantes escritos pelos portugueses há muito tempo atrás. Livros que enfeitavam uma biblioteca gigantesca que possuía uma passagem secreta para a sala de reunião.
E era lá que, nesse momento, os moradores mais importantes discutiam o futuro de um imenso e paupérrimo império que já não era mais como antes.
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O inicio do projeto
vou fazer varias historias se completando como se fosse um livro
espero que gostem
Sua arquitetura era bastante tenebrosa. De longe podia ser visto um castelo com várias grandes janelas e torres; era totalmente escuro e ficava em cima de uma grande colina. Em noites de chuva ou em alguns dias do ano, podia se ver uma névoa que rodava o convento.
Nem sempre foi um convento. A história diz que foi construído para uma dama. Um português tinha gastado todo o seu ouro, prestígio e fama para construir aquela obra faraônica para uma espanhola de família nobre.
A obra demorou 10 anos para ser terminada. Depois de todo esse tempo a espanhola tinha perdido o ar jovial, o português tinha morrido de tuberculose, as duas famílias tinham sido arruinadas e o castelo estava, enfim, abandonado e amaldiçoado.
Isso ocorreu por bastante tempo até que o primeiro abade, João, resolveu juntar a ordem franciscana daquela área e reformaram o castelo. Foram mais cinco anos de trabalhos intensos e intermináveis. À noite o castelo brilhava, talvez pelo trabalho dos ferreiros, mas os moradores podiam jurar que viam anjos erguendo as tábuas e modelando a obra de Deus.
Foi assim que passou de geração por geração. Houve Joões, Pedros, Tiagos, entre outros abades. E foi a partir da obra de todos esses enviados de Deus, que se criou uma vila nas redondezas.
Era uma vila de passagem. A população era constituída basicamente de viajantes que passavam noites ou peregrinos que vinham de locais bastante distantes para visitarem o convento. Havia uma escola prática onde os alunos aprendiam a pescar, caçar, forjar e outros trabalhos pesados. No mercado havia abundância de peixes, frutas e verduras (que eram plantadas nas hortas do convento). As três pousadas amarelas da Dona Cecília davam um ar de graça e jovialidade na cidade contrastando com o resto escuro e sombrio.
As pessoas daquela época também eram sombrias, apesar de toda luz emanada pelo convento. Ao nascer do dia, pareciam vários porcos que se deliciavam na lama, a ignorância parecia ser motivo de felicidade. Na noite, a boemia, a orgia e a vida mundana se deitavam e se beijavam de um jeito tão sem fim que só a luz do sol fazia cessar.
Mas hoje, no convento, havia apenas os livros históricos da cidade, documentos importantes escritos pelos portugueses há muito tempo atrás. Livros que enfeitavam uma biblioteca gigantesca que possuía uma passagem secreta para a sala de reunião.
E era lá que, nesse momento, os moradores mais importantes discutiam o futuro de um imenso e paupérrimo império que já não era mais como antes.
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O inicio do projeto
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