terça-feira, 15 de novembro de 2011

Nas ruas

...

Descia pela rua, mineiros enlameados, com os olhos cobertos por terra, fardas feitas de restos de ferro e pedaços tão pequenos de ouro que estes se faziam imperceptíveis. Eram toupeiras, tatus, formigas... 

Caminhavam com as picaretas nas mãos, guiados pelo sol que se misturava a terra e suor e os tornavam cegos, desciam esfomeados e abriam alas como quem faz túneis.

Do outro lado, religiosos, iam de branco, voando feito andorinhas em pleno verão, sol quente no rosto, fé no peito, suor, água, lágrimas e iam guiados, cegos, pelas ladeiras da cidade. Cantavam o refrão, vibravam, rufavam os tambores e dançavam a coreografia pelo centro da cidade.

E assim caminhava toda a cidade, cada bloco, cada cordão, cada um, cada dois, cada nós, todos iam cegos, sobre a penúria de um eclipse que se prenunciava. Tantos sonhos, desejos e se juntariam logo adiante.

O clima escurecia e silenciava, faltava pouco para que os blocos se colidissem.

A figura central vestida de terno e gravata era ameaçada por picaretas, rezas , palavrões, sonhos, guitarras, atabaques, tambores... Esta figura então bradava: É Carnaval!!!

O eclipse se completou, a cidade ficou em festa, os mineiros ostentavam todo o ouro que tinham, os religiosos bebiam e dançavam, e eram , agora, parte de algo bem maior.

E se consumiam, se juntavam, separavam, corriam, paravam, sentavam. Era a comunhão, era o único ser...

A cidade amanhecera envenenada de prazer, embriagada e falida. E cada mineiro, cada religioso, cada pessoa, era, agora, muito mais só do que antes, mais cego do que antes...
O homem de gravata olhava da janela mais alta... Gargalhava de prazer, todos aos seus pés, todas a sua cama, pena que o sonho logo iria acabar.

Quarta de cinzas e fim de reinado...

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Saudade

...




Não, nem adiantar tentar mensurar saudade :
em milhas náuticas entre dois continentes,
em quilômetros que separam cidades,
em polegadas que separam corpos.

Saudade se descobre
no chegar e tocar
querer ficar e
partir

Saudade ,
Apenas se sente :
em cada desancorar,
ao entrar no ônibus e partir,
em fechar a porta e olhar para trás

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Trem Bala



Trem Bala

  Eu ando afim de coisas transientes, de coisas esquecíveis, da não reprodutibilidade, da não repetição, afim de singularidades e momentos impares.

  Quero descer na próxima estação e conhecer a cidade, sem sair da rodoviária, partir e pegar o próximo trem.  Na mão apenas a passagem, dando de encontro com quem resolveu ficar parado na estação.
Sonho com o cheiro do brinquedo novo, com o sabor do “start play”, noites insones a pensar, momentos de epifanias, EUREKAS.

  Mas não vislumbro horizonte algum, nem tão pouco solução. Tudo é velocidade, conectabilidade, transversalidade, tudo é tão passageiro, tão fútil...

  Desculpa senhor, eu sou assim.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Uma historia qualquer.

  
  Estava lá a Bela Adormecida, segundo antes de ser beijada. O príncipe ainda confuso sobre o que deveria fazer e a fim de resolver logo as incumbências deu um beijo insosso na então desconhecida.

  Logo que acordou, a Bela acertou um bofetão na cara do príncipe. Suas mãos calejadas de trabalhos domésticos fizeram uma grande marca na face rosada do nobre.

  Ela com o semblante bastante irritado indaga ao ser que acabou de conhecer o que foi que estava acontecendo e o porquê dele a ter despertado do sono.

  “Você não sabe o quanto a minha vida é difícil, pego agua no poço, faço comida , arrumo a casa , você não sabe das dores que sofro antes de deitar. Não sabe o quanto é difícil limpar uma casa de anões, não sabe o quão é difícil conviver com pessoas que só sabem ser a mesma todo os dias. E pior , todo mundo quer me matar... Sinceramente prefiro voltar a dormir”.

 Voltou-se então a pedra que antes dormia.

  Logo o príncipe falou:

  “Você é muito reclamona, eu tenho que encontrar o amor da minha vida e essas idiotices. Queria poder apenas curtir as festas reais, me divertir com meus amigos, não pretendo ter apenas sete amigos e todos eles serem anões, quer saber de uma: eu vou embora!”

  Foi então subindo no cavalo, Bela que então perderá o sono pediu para que ele a acompanhasse até a casa dos anões.

  Foram conversando, dois mundos diferentes e duas pessoas tão iguais. Falavam das peripécias do rei, das famílias enlouquecidas pelo poder e pelo dinheiro.
  
  Identificaram-se, o príncipe às vezes a visitava, torcia para vê-la. Ela às vezes até o esquecia.
                      

                Continuaram suas vidas e foram felizes para sempre.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Valeria Larissa

...

  Era Valeria Larissa formada em fisioterapia pela Escola de Engenharia Química, viajou para Rússia para fazer sua pós-graduação em “Domesticação de Ursos Polares”. Não se sabe se foi por muita praga ou muita Vodka, mas logo voltou com apenas um sapato de couro de jacaré, uma bolsa feita de cobras e alguns casacos.
   
   Beijou pela primeira vez aos 25 anos, tivera o primeiro filho aos 22. Casou aos 29 anos, aos 32 se apaixonou.

   Por sinal, nesse exato momento está a trair seu marido, não sente prazer por isso e nem tão pouco o outro lhe agrada é apenas vingança. Seu marido é um cara distinto, mal sabe seu nome, fiel, amoroso, atencioso, rico...

  Ela ainda espera poder se jogar fora, mas leu numa revista sobre não produzir lixo. Resolveu entrar na terapia, mas não sabe o mal que tem, pensou em se jogar do prédio, mas varanda lhe falta.
  
  Não sabe onde errou na vida e nem tão pouco onde acertou, se ainda pudesse criar salmões, plantar flores no seu pequeno apartamento de 40m², se ainda pudesse morrer, talvez sentisse só um pouco de prazer, prazer que sempre lhe faltou.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ensaio




...‎Passo o dia na janela esperando para ver se o resto de mim volta para casa e quando  você vem atravessando o portão, de passos tão tímidos passeando pelo jardim,  distraído, pensando em outra qualquer, você vem para me devolver, para tirar esse fardo, que eu sou, dos seus ombros.
 
Fecho as cortinas, tranco as portas e finjo não está. Me sinto tão pequena, tão idiota, mas eu tão estupida me sinto acompanhada nem que seja pelo seu sorriso e pela cara que faz ao me ver, pela raiva de tudo que eu faço você passar.
 
Por isso , mas uma vez, apareço toda desarrumada para lhe ver, faço pouco caso do que  quer me contar, não lhe atendo e me arrumo toda para sair sem ti e faço e aconteço.

Um dia terei coragem de ir e me tomar de volta, lhe esperarei no portão , pronta para ser completamente minha.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Adiantaria?


  De nada adianta
  vida sem tristeza
coroa sem realeza
sapo sem princesa

De nada adianta
ganhador sem perdedor
jardim sem flor
e vida sem um pouco de amor

De nada adianta
casa sem TV
querer e não ter
( *** ) sem você.


*** - É permitido então a leitor imaginar o que quiser com quem quiser, se quiser dizer pode deixar no comentário. Me faltou palavras ali.

domingo, 21 de agosto de 2011

Me visita?


 ...

A felicidade fez de mim um ninho e me deixou a esperança. A esperança de todas as gravidas que julgam esperar o rei na barriga. E foi por isso que pintei a casa e cometi o erro de todas as outras Marias, eu esperei ,planejei e por que não dizer que para mim a felicidade já existia.

Passou-se o tempo e ela não veio, a esperança foi substituída pela sua prima impaciente: A espera.

As cores foram desbotando, o ninho foi se desmontando. A felicidade morreu sem ao menos ter me mostrado a cara. Sobrou o gosto amargo do quase, rasguei os meus projetos e me agarrei aos sonhos.

Mas por fim acostuma-se. Ahhh, felicidade, boa visita que a minha casa nunca toca a campainha.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O avô.


...

Domingo como de costume era dia de reunião de família na casa dos avos. José Lima Fortunato acordava cedo seguia para a missa e posteriormente ao futebol do time do bairro, time este que seu pai jogara e que o Sr.Fortunato, conhecido como Negrão nos seus áureos tempos, era considerado ídolo. Eram dez horas e a família aos poucos ia chegando e ocupando seus respectivos lugares.

As crianças brincam no quintal, as mulheres tricotam na conzinha, umas poucas mais rebeldes se misturam aos homens. Estes ocupam a frente da casa com cerveja, conversas sobre futebol, trabalho e outros assuntos tão banais.

Aos poucos que sentam com o avô sobra o buraco, enquanto joga ele conta as historias vividas, ri da vida e ouve os seus vinis.

Chegada a hora do almoço todos se encaminham para a mesa. Nessa hora o Sr.Fortunato pede a palavra. Agradece a presença de todos, toca o seu antigo bandolim com ajuda de outros familiares que manejam seus outros instrumentos, e da risada discretamente ao cachorro. Este que apesar de não ter sido citado até agora, por questões pessoais do relator, ocupa um cargo de grande importância na hierarquia familiar.

Todos rezam: católicos, protestante e ateus

Posto então o prato, bastante regrado devido aos problemas acumulados por toda a vida, o Senhor Negrão senta na poltrona e seu cão acomoda-se nos seus pés.

O cão não pede e nem tão pouco olha pra o prato do seu estimado dono. Está ali por costume, costume que vem de muito tempo, tempo em que nem havia muito que comer

A reunião continua: gritos exaltados, pessoas começam a ficar bêbadas...

Chegada a hora, o avô deixa seu aparelho auditivo sobre a mesa. Caminha vagarosamente para a rede, acompanhado pelo cão.

Deita-se na rede, o cão deita-se perto. E os dois ali, velhinhos, serenos, acabam por dormir.

Toda a casa faz silencio, o mundo fica um pouco em paz, em pouco tempo será segunda, será...

Todos vão para a casa. Estranho, mas é só mais um dia


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Comentários a parte : deve está cheio de erros.

domingo, 7 de agosto de 2011

Pelúcia

 ...

Não me ligue, não marque encontros, nada de bares, cinemas ou restaurante, mas me siga, me espere e faça isto tão bem que me faça acreditar em destino.

Pergunte-me como estou, mas não queira saber detalhes, não queira me ajudar, exceto com coisas praticas, não queira ser meu conselheiro, apenas me faça rir, me faça ficar sem graça, me deixe vermelha e fique (ou finja estar) sem graça.

Não me pergunte como sou, ou tão poucos de todos os outros que amei, ou o que fiz ontem, mas me fale de você. Não se faça de santo, de certo ou politico, adoro defeitos, adoro historinhas sem pé e nem cabeça.


Faça-me falar o que eu nunca diria, me faça querer o que nunca quis, me faça sua, sob medida, desenhada e escolhida a dedo.

Marque-me, faça que todos saibam que eu estou aos seus pés, me trate como dama, como meretriz, ria de minhas besteiras, dos meus acidentes, do meu nada da certo...

E por fim diga ao meu ouvido qualquer coisa, qualquer idiotice que me faça sentir sua voz.

Não preciso de “eu te amo”, preciso de um urso de pelúcia.


sábado, 30 de julho de 2011

Boêmia

queria beber para não ser apenas eu
para vencer a rotina
de ter que ser só um.

não obstante parar num bar,
a rua me entregar e dormir
esquecer a rotina e só mais um gole..

um gole, para enfim matar
o que tanto desejo aos outros
e nunca a mim.

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Créditos a Severo que fez quase tudo sozinho.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Alcoolismo aliterário


Alcoolismo aliterário
 
Veja agora que loucura, ela resolve ser mãe do filho que eu tanto almejei conceber sozinho. Marcou uma reunião e em 42 slides, bastante de mau gosto, expôs sua opinião e qualidades afirmando veemente que era a melhor de todas para mãe para o (e olha eu aqui já consentindo a divisão da minha tão esperada prole) nosso João.
O João ( Jhonny, Juanito ou Gregorio,como ela insiste em chamá-lo) é um menino de ouro, fino, maduro , deixa os pais bastante orgulhosos e felizes.
Talvez, passado tal experiência, devamos ter vários outros filhos, contudo confesso ter medo dela me roubá-lo.
Um brinde à loucura, cheers.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

É dela.

...


Por que sabe que é dela
que o sol, complacente, não lhe toca a janela
e o dia demora-se a raiar
Acorda moça, Vai se arrumar!

E devagar de pirraça
deixa o mundo a esperar na praça
até o transito põem-se a esperar
Corre morena, Vai trabalhar!

Por acreditar ter todo o tempo
volta á passos lentos
deixa toda a vizinhança a esperar
Se arruma menina, O samba já vai começar!

Por que sabe que o salão toda a espera
e que o melhor samba é para ela
a estrangeira insiste em atrasar
Não precisa mais fugir, você não sabe sambar!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sonhos


 ...

Agoniado fui escovar os dentes e naquela breve conferida no espelho, aquela para saber se eu sou eu mesmo, cheguei a exclamar: Tarssio, parabéns, você está muito bonito hoje.

E como reação direta de tal frase, o banheiro como se risse de mim, abriu o chão e cai!

Acordei desesperado, novamente o carro já me esperava. Enquanto descia o elevador ia rindo comigo mesmo do sonho e pensei que se eu sonhasse poder voar, provavelmente estaria morto sete andares abaixo do que eu estava agora.

Ainda não sei se a maior pretensão foi sonhar ser bonito ou sonhar ser um pássaro.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Novo.

Tanto me encanta o novo
O polvo e o povo
A meretriz e o moço
O fundo e o poço
... 


Tanto o novo me encanta
Que quem canta encanta
Quem toca a janta
Leva a moça bamba.

Tanto me encanta a meretriz
Mais falsa que a atriz
Que tropeça e escapa por um triz.

Tanto me encanta (eu) moço
Que não sou polvo, nem povo
Nem fundo, nem poço…

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Frase Solta (1)

...


Se todo mundo fosse feliz, felicidade seria tão banal. Não haveria dor de cotovelo, não existiria bebida, musica, teatro, poema...
Talvez a tristeza seja um mal necessario para alguns e assim (nós tristes) vamos levando o mundo.

Templário


Da para ver ao longe a vontade que aquele homem exibe de ser tratado como coitado, a necessidade de que alguém sinta pena e o trate com todo mimo possível.

Os pés cansados e calejados evidenciam o seu jeito de nômade e fugitivo. As pobres vestes, os olhos sem brilho, as mãos sem carinho, a boca seca, o coração amargurado e a cabeça fixa ao chão, fácil notar que existe nele o fim.

Seus passos lentos, contados, tímidos e desengonçados vão se tornando uma marcha cega. Seu andar é um penar e há lagrimas em cada gota de pegada e areia nos olhos.

Ao observa-lo me sinto como tal ser. Vagando cego seguindo alguém que eu tenho certeza que não vai a lugar nenhum. E ao olhar meu reflexo na água eu descubro que sou tão ele quanto eu próprio.
Este que por sinal para um pouco a frente. Escreve palavras maltrapilhas sobre o chão e tira um pão de dentro da mochila. E ao vê-lo tanto tempo parado me sinto angustiado. Levanto-o bruscamente pelas mãos e, como se esperasse alguma reação, o puxo.
Agora sou eu que carrego esse fardo, eu que guio, eu que sou dono dos destinos.

Às vezes me pesa carrega-lo.

E para mim seria muito fácil reclamar de tudo que não da certo, aceitar as lagrimas, não dormir e acreditar que tudo é o fim.

Sou aquele cara que está vagando solitariamente no deserto, sou um louco, alienado, um palhaço, ou seja, lá o que for.  Sigo caminhando embriagado, tristonho, melancólico e sereno.

Às vezes me faço um pouco mais feliz por ter tido a honra de fazer a coisa certa mesmo que sangre até agora, por ter tido a coragem de sofrer e me condeno por ter fé que as coisas vão se acertar.

Seja qual for o fim daquele homem, ele é um templário correndo atrás de um sonho que só é possível pela fé. E para mim que o carrego, admito ter deixado meus sonhos na minha primeira parada.

Espero que o deserto acabe com eles.

Obs.: Não sigam esse mentecapto que anda. Relevem minhas lagrimas e todo sangue que se escorre deste texto. Apaguem minhas palavras. Vivam e sejam felizes.

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Obrigado Douglas do blog http://romanticoscomoeu.blogspot.com/ por ter corrigido meu texto.

sábado, 25 de junho de 2011

Ilusão..

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Enquanto todos meus eu’s se combatem. Meu lado pessimista, que eu costumo chamar de realista, degluti vorazmente e sem pena meu lado sonhador.  

E a este sobre apenas umas poucas palavras sujas de pessimismo, resta sonhos manchados de realidade, sobra queixas sobre tudo.

Resta apenas a tentativa de completar a musica da Mallu :

“Ai-há, de haver o dia, amor que sua companhia será um sim
E a tristeza terá um fim...
Ai-há, de haver o dia, amor que eu não sentirei mais nada
e estaremos na madrugada a dançar...”                          

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Delirios.

...

Enquanto o Sr.Pena pensa, pesa-se a pena e ver se vale a pena. Talvez valha apenas o penar, o pensar ou a falta de tinta no tinteiro... Pena-se uma historia se tinta a pena, pena-se o papel,deliro e acabo em pensar se existe um fim, Nada.

Como é inútil tentar não pensar em você.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sobre misto.


     ...
     


      Eu queria, hoje, estar na pagina do seu diário. Nem que fosse entre duas fatias más cortadas de pão, entre queijos e presuntos e sumisse na primeira mordida, poderia então ser em um cantinho e aceitaria até que escrevesse por distração ou costume. Não precisava de corações, te amo, nem nada, bastava só lembrar, bastava um suspiro, uma lagrima ou um sentimento qualquer.
  

sábado, 21 de maio de 2011

Flor do Sertão

...



  Era um Sertão, qualquer terra batida, pés calejados, braços rudes, corpo desengonçado e meio bambo. Nada se via; nada se havia. Era um tudo sem nexo, vida cinza, mas ninguém nunca disse que era uma vida infeliz.

  Não havia sonhos, nunca se implorou por uma gota da agua e tão pouco pediu-se favor a doutores ou políticos ou seja lá o que for.

  O Sertão sofria como todo um resto, como os pássaros que não cantavam, como os rios que não desaguavam e as primaveras que tardavam.

  Até que um dia, Deus piedosamente ou por gostar de ver desgraça dos outros enviou gotas de chuva e assim fez brotar uma flor no Sertão.

  Meu coração sertão ficou abismado a admira-la, cultivei-a, cativei-a, passei meu tempo a observa-la. E vendo a possibilidade dela secar, a levei para casa. Desabriguei toda minha vida, retirei todos meus trapos, todos meus velhos móveis, para colocá-la onde eu pudesse sempre ver.

  E sim, aos poucos ela foi rindo para mim. Achei-nos tão feitos um para o outro, que fiz do meu sertão uma vasta floresta, todos os pássaros cantavam, os rios corriam, as flores desabrochavam.

  Ao ver a flor secar não soube o que fazer, meu corpo tão rude e calejado pelas dores do sol e do trabalho, voltou a doer. Meu coração se fez novamente Sertão e eu ,que antes acordava cantando, surpreendia-me ao ver sorrir, que andava sumido, na frente do espelho.

  Seja por um gole de boa cachaça, por uma lágrima que foge pelos meus olhos ou pelo suor de homem valente, essa flor sempre nasce.

             E é muito difícil negar sua existência, muito difícil esquecê-la...

Delírios febris, insônias...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pedras...

... 
   

  Cada vez que me encantava por ti apanhava uma pedra e guardava. Em pouco tempo havia pedras que me escapavam os bolsos, me preenchiam e minha mochila pesava tanto que não tinha possibilidades de carrega-la.

  Foi por isso que sentei desesperada no portão de casa. Deixei você me ver completamente acabada, e, talvez por pena, trocamos de mochila.
   
  Pensei que era amor, por isso na primeira esquina enchi-me novamente de pedras. Imaginei que assim caminharíamos juntos e plenos, mas você novamente estava leve.
                
                       Percebi que, para você, minhas pedras eram apenas pedras.
  
  Decepcionada jogava as pedras fora ao gosto de lagrimas. Passei a viver entre dias leves e dias pesados, enchia-me e me esvaziava. Até o dia que eu te reencontrei.
  
  Você estava com outra e estava muito feliz. Intuitivamente, coloquei as mãos no bolso, mas não encontrei nada. Recorri desesperadamente e fui abrindo compartimento por compartimento da mochila e não encontrei nenhum vestígio de ti.

  Descobrir que a tempo não me encantava contigo e com o tempo nem rancor, saudade, tristeza, decepção...Não sentir mais nada. E agora para que serviriam bolsas? Sacolas? Mochila e malas?

Sorrir, por não ter sentimentos, no caminho de casa achei-me Deus.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Sou Nos.

...
  

   Existem inúmeros "eu's" que saem desesperadamente pelas ruas. Vão adiante, voltam , dobram as esquinas. Percebe-se a minha presença pelos passos tímidos, cabeças baixas e pelo desejo tão latente, que chega a ser repulsivo, de ser notada.

   Esses diversos eu's-lírico saem pela rua e são atropelados, pulam de prédios e pontes, se decepcionam, somem , se perdem, enlouquece, mas outros tantos permanecem. Permanecem em cada um que necessita e para estes entrego um “eu” e com estes fica, a minha tão confusa, essência.

   Então não me cobre que eu seja sempre a mesma, enquanto houver milhões de mim vagando por ai. Talvez esteja ainda com você, e cegamente não me ver...

   Seria muita simplicidade de sua parte me achar dual, prefiro me sentir única, de tal que forma que de tantas possibilidades para ser, eu seja puramente aleatória.

Prazer sou sua sorte.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Para sentir...

... 

Veio aquela primeira dor, tão latente que apertou as mãos contra o corpo, como se tentasse aquecer o coração que tanto doía. E a dor era forte, sem sentido, sufocante, era uma vontade de se consumir.


Escondeu-se embaixo do cobertor, querendo não pensar em mais nada, querendo se evadir do mundo e contemplando a dor. Dessa vez não era saudade, solidão, amor, nada desse tipo, era medo.


Talvez em algum lugar estivesse acontecendo algo que mudaria sua vida e parecia que seria para muito pior. Entregou-se a tristeza e aos poucos viu a felicidade, que há tanto tempo se acumulava, se necrosar. Aos poucos os olhos choravam, havia calafrio,sangue, suor, ranger de dentes...


De alguma forma ele estava perdendo e não sabia o que fazer.


Nesse momento talvez desculpas seja pouco, perdão seja difícil, e “eu te amo” pouco mude a situação, mas por ser valente admite o medo, aceita a tristeza e da um adeus de forma melancólica e saudosista ao “ser” que tanto almejou ser.


Em fim, ele nasceu para ser o sapo e não o cantor da lagoa, seria mais um ou talvez o menor de todos os outros, a felicidade não visitaria sua casa e ele se acostumou de tal forma a se fazer de vitima da sorte que cegou-se e a sorte, a felicidade , e as coisas tão pequenas, mas valiosas, passaram.


Sobrou um lamento de quem teve a chance de ter o que queria, daquele se achou triste, de quem se achou o pior, de quem deixou de vencer tantas vezes por acreditar que não venceria.


E por tantas brigas, pela insensibilidade, pela falta de companheirismo, por sempre querer um pouco mais, por desconfiar do obvio, por duvidar de quem não deveria, eu peço perdão desse pobre e infeliz rapaz.


Aos poucos que mesmo assim ainda continuarem com um homem de tal estirpe, desejo-lhes muita sorte e felicidade. Apesar de tudo ele me parece ser uma pessoa agradável.

domingo, 1 de maio de 2011

Suspiro

... 


Mesmo acordado poderia jurar que ainda dormia tudo parecia um sonho. Os dias, que anteriormente foram de chuva forte, estava brilhante, o sol reinava do alto e sua sublime e tão imponente presença fazia os pássaros cantarem.

Na cama se espreguiçava mais uma vez, estendia os pés para cima e ficava a imaginar. Ela ainda não tinha saído ainda da cabeça e entre uma respiração e outro vinha uma sensação boa que contagiava todo o quarto.

Seus olhos, então, brilhavam. Era apaixonante o semblante dele. Ele estava tão apaixonado que...

Ele estava tão apaixonado que tropeçou nas próprias pernas e caiu, mas caiu feliz. Caiu ao som de eu te amo, sorrisos de vergonha, caras de pedintes, era um pouco de amor que agora sentia e era um suspiro de vida dentro do peito que o faria seguir em frente.



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Recomendo ao leitor achar um motivo para um suspiro. E suspire bem fundo, sonhe, AME.E por favor não sigam meus exemplos.

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh *suspiros*

terça-feira, 26 de abril de 2011

Saudade.

  ...

Aconselho que leia ouvindo isso : http://www.youtube.com/watch?v=lPZpKJcvXwA&feature=related

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 De saudade, o meu burro se despedaçou. Este, que já era um membro da familia,portava dois arranjos, bem escolhidos, de flores que ,anteriormente, tinham murchado.

 A grama foi solidária a dor do burro e desfaleceu, a goiabeira resolveu se flagelar e se despiu de folhas e fruto.A laranjeira, Ahhhhhhh!

 A laranjeira, que sempre foi tão materna, tornou-se rancorosa e amargurada, e esta que sempre me serviu de tão saborosos frutos, agora atirava seus filhos pré-maturos ao chão.

 As paredes ficaram de luto ; As portas se fecharam; As janelas se trancaram; Eu...

 Eu pintei seu rosto em cada parede do meu quarto, lhe vi em tudo que era bom e desejei que minha casa fosse novamente bela para vivermos juntos.

 Não sei se é o fim de tudo ou se meu mundo entrou em reforma, em fim : *"Caberia a quem dizer : amor, eu vivo tão sozinho de saudade".

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* referência a musica Saudade - Marcelo Camelo.

Espero que gostem.
comentem.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

É dificil...

...



Difícil desgostar de você
Difícil querer ser um pouco menos
Querer te amar um pouco menos
Queria gostar só mais um pouquinho de mim...

Difícil dormir
Com um milhão de "eu te amo" 
Entalados na garganta
Sem dizer que você é minha sorte

Dormir sem dizer que você é linda
Que você é meu melhor amor
Aliais
Nem dormir ontem...

Eu sei que estou fazendo de tudo
Para você olhar para trás e não querer mais me ver
Magoando-te
Eu faço tudo tão errado...

Queria dizer que eu te amo
E, droga, eu não consigo achar solução para isso
E até manchei um livro com lagrimas (e, diga-se de passagem, é a parte mais real de tudo isso)

EU TE AMO
Mas entendo se você a for
E nunca mais olhar para trás

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Tolice de mulher apaixonada.

...


Ser só é tão difícil, por que queres que sejamos nós? .Se a vida é tão curta, num seria loucura compartilhá-la com alguém? Ainda duvido se é mesmo o meu amor, por isso me calo, roo as unhas, me calo de medo.

Em fim, me deixa, vai ser feliz.
    ...Sem mim.... 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Desejo-te

..


Num simples toque nosso sangue flui, distribuindo-se por todo o nosso ser. Festas de família, infusões, sangrias, coisas giram em torno da minha mente.

Ainda grudados; me solto. Lentamente vou embora, (mesmo querendo ficar) e sigo olhando para trás, admirando sua imagem que aos poucos se desfaz; ainda acredito que fomos felizes.

Ligo-lhe e peço mais um segundo, te faço vaidosa e te desperto o desejo. Pode ser que eu esteja sendo cafajeste , fofo ou menino, seja lá o que for , desconfie!

E em fim ao vê-la na mais dulcíssima alegria, te provoco, te desprezo e entro no esquecimento. Tudo que fomos nós vira passado, vira um romance tolo e de péssima vendagem.

Coveiros sedentes por corpos, foices que desejam almas, amor que virou condenação, vaias em pé, cenário fúnebre ao amor que se esvai.

Os tolos (ao fim) dizem:
Dane-se via a esta prosa mal feita.

end.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Você é feliz?

...

Você é feliz?

Fiz-me, sim, de feliz para lhe trazer de volta. Não por motivo logico ou obvio nenhum, mas pela simples vontade de lhe querer aqui, de ter mais alguém comigo ou por medo de perder-me de todos. Mas não sou feliz, e aliais até admiro quem compartilha esse amargor da vida comigo. Sinto-me bem perto de pessoas tristes, é tão belo a reação das pessoas tristes frente à felicidade. Por isso tenho essa preferencia por pessoas tristes, mas de jeito nenhum quero distancia das pessoas alegres.

Vendo esse monologo a dona do teatro para a cena. E da ao meu eu o nome de Leoni, nome que vem da própria. Fez-me dono de tudo, teatro, restaurante, pousada, agora eu era rei numa terra tão distante. E tentei retribuir com amor, toda a gentileza e consideração daquela moça que tinha um sorriso desconcertante e ao mesmo tempo o mundo aos seus pés, mal sabia que ela preferiria o meu jeito tão desengonçado e triste de ser.

E mendigando por atenção, me tornei membro. Membro de uma sociedade qualquer, que libertava loucos, que caçava et’s , que vivia e era simplesmente feliz. E me apaixonei, novamente, por esse tipo de vida, pela loucura, pelo caos que ronda a vida. Aliais, de membro para “possuir” um team foi uma grande evolução.

Para quem sempre foi o ultimo, ser adorado é estranho. Seria menos estranho se não fosse por pessoas tão ...( e eis que me aqui falta a primeira palavra).Não é assim tão fácil ser alguém, é muito mais fácil ser apenas mais um, as vezes é complicado corresponder a todas expectativas, mas mesmo assim é muito bom ser amado.

E de gente importante, voltei ao patinho feio, mas, diga-se de passagem, que me fiz um pouco melhor.Reinventei-me como uma figuraça, para ser amado, sem precisar me amar. E agradei a alguns escondendo boa parte do que já foi dito nessas linhas tão tortas.

Como um “brotherzão”, desfilei nas passarelas e para variar dancei.

Até que encontrei alguém que me aceitava, que gostava do meu jeito triste, das minhas indelicadezas do meu jeito totalmente ogro. Como é difícil valorizar quem nos valoriza, e queria tanto pedir desculpa por isso.

Não sou as coisas que dizem, não tenho olhos azuis (já ouvir n vezes essa pergunta),também não sou fofo, mas viajei entre belos e implicantes (eu queria da ênfase a esse implicante) sorrisos, de trem ou a pé, e arquitetei muitas coisas para mim.

Talvez por algum erro de calculo todos esses sonhos caíram ao chão.

E guiado pelo desejo, incontrolável, por coisas novas, por novas aventuras, por conhecer e aprender um pouco mais é que novamente me perdi.

Dessa vez sob o olhar da plateia que me julgava culpado, me apedrejava e pedia a cabeça é que definhei cada gota de sangue que nesse momento já era muito suor. E ao me deparar com o juiz eu me vi.

Culpei-me por ter escolhido esse caminho, por ter feito tão mal e me condenei a infelicidade eterna.

Talvez no fim de todas essas baboseiras, as coisas comecem a fazer sentido, se encaixem ou desandem de vez.

Já condenado eu encontrei a redenção. Um (a) anjo desceu dos céus, me colocou no colo e me entendeu.
 Sentir a felicidade novamente, íamos nos suportando e caminhando em frente. Éramos UM só ser, éramos a felicidade de ter alguém com quem contar, éramos a fonte para que o outro aparecesse, bebesse e enxugasse as lagrimas.

Por fim, voltei ao inicio. Varias e varias vezes para ver se faltava algo. Para ver se lhe via em algo. Achei-te em cada entrelinha, em cada motivo para ser feliz e em cada desculpa por ser triste. Vi-te em cada ‘’eu te amo “que não foi dito, em cada maltrato, em cada sofrer”.

Mas mesmo assim ainda lhe procuro, em algo que não possa ser colocado em palavras.

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Tem um pouquinho de muitas pessoas nesse texto é só se procurar, só se deixar ser.
Por favor , caso se encontre comenta,
e caso encontre o que eu procuro, se apresenta
=*

add : tarssio,disap@hotmail.com


boa semana.

terça-feira, 29 de março de 2011

Permita-me

...

Deixe-o sofrer, ele sempre sofre mais um pouco para dizer que fez de tudo para ser feliz. Deixe-o chorar, suas lágrimas tão caladas, contidas. não afetaram seu semblante de grande general. Deixe para lá, para um coração tão calejado e desprezado um espinho não há de doer.

Deixe-o sangrar, pois, ele sempre volta, sempre sorri, não se mata uma pessoa dessa assim. Deixa parecer idiotice querer ser um pouco menos para ser um pouco mais.

Deixa ser só palavras, que sucumbem, que são esquecidas , que são tão mortais e passageiras como essa felicidade por estar só.

terça-feira, 22 de março de 2011

Pensamentos solto(1)

...




* Me sinto tão acompanhado por corações e espíritos que acordar para o mundo material me da bastante medo.




*Prendam a pobre moça que achou que amar era facultativo e resolveu me amar para si própria, mas me contem onde ela estará enclausurada, pois, muito em breve, irei visitá-la.




* "Amor errado , no momento errado, na medida errada pode ser um serio problema." Biologia Sanitária Aplicada,Adaptação.




* "Era feliz por que acreditava que felicidade se resumia apenas a primeira sílaba :fé"






*"As almas se entrelaçam e sucumbem juntas por fim são instantâneamente felizes ora pois, é carnaval".

segunda-feira, 21 de março de 2011

Ais.

...

Sandra, vulgo Jasmine Romântica, objetivando a auto-afirmação advinda do lucro, solucionou a problemática da sua vida sendo uma empreendedora de si própria.

“Universitária, morena, liberal, com marquinha de biquíni, libera, beijo enlouquecedor.”

Anunciou então este singelo texto em um veiculo de comunicação de massa, seria agora uma meretriz. E alguém com tantas qualidades o que mais seria?

Paulo, um pícaro mal sucedido, que tinha obtido o jornal por apenas 0,50 centavos, encantou-se instantaneamente pela moça. E diria em fim que houve uma paixão a primeira vista. Uma paixão que é derivada da vontade de comprar, possuir, de outorgar-se como dono do mundo.
       
             Falaram-se, combinou o frete, o preço. E como resolvido, chegou a visita, jantaram rapidamente um resto de comida que há muito tempo pousara na geladeira, dispensaram a sobremesa, e todos os ais, todas as cerimônias...

          E sem muitas delongas, rotacionais, vibracionais e tantas coisas tão idiotas que nunca fizeram ninguém feliz, se permitiram e foram felizes até o ultimo infinitésimo de tempo, até a fadiga ser insuportável, até o dinheiro se esvair.

Permito, e aconselho, ao leitor que aparte alt+f4 e procure uma pessoa para lhe fazer feliz (nem que seja por uma noite).




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Desculpa a falta de organização e falta de correção.Precisa escrever isso e já é muito tarde e me sinto um tanto doente.

sábado, 19 de março de 2011

zzz

...

Me deixa dormir, velejarei com meu pequeno bote coberto por lençóis de bolinha, pousado sobre meu próprio ser. Navegarei por onde nunca estive e serei feliz com a impossibilidade de todo esse devaneio ser verdade. Vejo, então, o sonho fluir rapidamente entre meus dedos e ele se consumindo tão rapidamente.
Como é ruim acordar, sugiro a quem ler da uma boa bocejada,  *eu acordei e é isso que importa agora.


*contribuição da Bia

quinta-feira, 17 de março de 2011

Do meu próximo amor.

...

Senti-me um tanto infeliz
Por querer algo que nunca quis
Sofri até o ultimo triz
Bela bela Belatriz

Fez-se tanto de minha
Que a coroei rainha
Minha, inha, sem linha
Vixe mainha.

Acreditei no faz de conta
Hoje nosso amor se desmonta
Minha vida, agora, desponta
Como você é tão tonta.

Mas volta
Ilude-me e me faz feliz,
Amém.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Guarda-chuva

...

Voa mundo, paro tudo
Só para ver se você vem
Guardo chuva, fico mudo
E fica tudo bem.

Seu sorriso fica lento
É a isca no anzol
E nem tem mais lamento
Gira gira girassol...

Seu olhar mira o fundo
E faço-me de mar
Giro todo o seu mundo
Só para a chuva te molhar.

E desse sorriso
Faço um trilho
Desse feitiço
Um estribilho

Para agente valsar...
Para agente amar...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ao sonho.

...

Nesse teatro de faz de conta
Pobre de nós, simples marionetes
Somos guiados, tão fáceis
Para onde possamos sonhar.

E sonhamos, terá algo mais humano que isso?
Festejamos, bebemos tudo por um pouco de alegria
Pela satisfação do ser, e eu?
... Sonho sem fechar os olhos.

E somos então o carnaval
Uma ode a Baco
Um acalanto a Apolo
Um abraço a Morfeu.

Choraremos por fim, na quarta cinza
Pois não haverá mais carnaval
Olharemos para trás
Pensando no sonho que já não é.

Riremos, então, daquele estranho que constrói
Com esforço um mundo
Pelo simples prazer de criar
Um coitado mímico
Que só entende quem pode sonhar.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Nota de nascimento.

...

Eis que nasce e não só nasce como permanece entre nós , um ser e igual a todos outros vaga cegamente pelo mundo.

Enquanto todos clamam por um pouco de carna, ele implora um pouco de anima. E vai construindo a vida de sonhos, apesar de saber o suficiente que esse tipo de construção tende a cair, e vai perdendo aos poucos: telhados, janelas, portas...

Por acreditar em algo que não existe, por desconfiar do que já foi estabelecido e por querer sempre um pouco mais é saudado: Oh, que cara estranho!

E completa mais um ciclo de vida, acompanhado por poucos que o suporta e alguns que nem o conhece direito. Correndo atrás de um amor, de uma vontade de viver que venha de si próprio.

Preenchendo o mundo com palavras, às vezes ,elas nem deveriam ser ditas.

Deixa que o silêncio seja o nosso resto...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

1° de 2011.





"Se o sol que é o astro rei ,que envia seus filhos solares para alimentar toda a terra de energia,se é ele que ilumina e dele que tudo se vê,poderia ele realizar o meu mais simples desejo?

Eu não peço nenhuma Helena,nem tão pouco um trono,um reino,fortuna nem nada.Queria só está com ela aquela menina que agora deve estar lhe esperando,com aquele ar de apaixonada pela vida,e um sorriso tão gracioso que poderia ser meu reino.

O Sol ouvindo aquilo tudo,sentiu-se tão impotente quanto a situação que se escondeu atrás das nuvens.

Ele  voltará a sua vida comum.Nada de sorrisos,paixões,fortunas,helenas....você."

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Antigo, não sei por que não tinha publicado.