quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pedras...

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  Cada vez que me encantava por ti apanhava uma pedra e guardava. Em pouco tempo havia pedras que me escapavam os bolsos, me preenchiam e minha mochila pesava tanto que não tinha possibilidades de carrega-la.

  Foi por isso que sentei desesperada no portão de casa. Deixei você me ver completamente acabada, e, talvez por pena, trocamos de mochila.
   
  Pensei que era amor, por isso na primeira esquina enchi-me novamente de pedras. Imaginei que assim caminharíamos juntos e plenos, mas você novamente estava leve.
                
                       Percebi que, para você, minhas pedras eram apenas pedras.
  
  Decepcionada jogava as pedras fora ao gosto de lagrimas. Passei a viver entre dias leves e dias pesados, enchia-me e me esvaziava. Até o dia que eu te reencontrei.
  
  Você estava com outra e estava muito feliz. Intuitivamente, coloquei as mãos no bolso, mas não encontrei nada. Recorri desesperadamente e fui abrindo compartimento por compartimento da mochila e não encontrei nenhum vestígio de ti.

  Descobrir que a tempo não me encantava contigo e com o tempo nem rancor, saudade, tristeza, decepção...Não sentir mais nada. E agora para que serviriam bolsas? Sacolas? Mochila e malas?

Sorrir, por não ter sentimentos, no caminho de casa achei-me Deus.

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