domingo, 27 de fevereiro de 2011

Guarda-chuva

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Voa mundo, paro tudo
Só para ver se você vem
Guardo chuva, fico mudo
E fica tudo bem.

Seu sorriso fica lento
É a isca no anzol
E nem tem mais lamento
Gira gira girassol...

Seu olhar mira o fundo
E faço-me de mar
Giro todo o seu mundo
Só para a chuva te molhar.

E desse sorriso
Faço um trilho
Desse feitiço
Um estribilho

Para agente valsar...
Para agente amar...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ao sonho.

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Nesse teatro de faz de conta
Pobre de nós, simples marionetes
Somos guiados, tão fáceis
Para onde possamos sonhar.

E sonhamos, terá algo mais humano que isso?
Festejamos, bebemos tudo por um pouco de alegria
Pela satisfação do ser, e eu?
... Sonho sem fechar os olhos.

E somos então o carnaval
Uma ode a Baco
Um acalanto a Apolo
Um abraço a Morfeu.

Choraremos por fim, na quarta cinza
Pois não haverá mais carnaval
Olharemos para trás
Pensando no sonho que já não é.

Riremos, então, daquele estranho que constrói
Com esforço um mundo
Pelo simples prazer de criar
Um coitado mímico
Que só entende quem pode sonhar.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Nota de nascimento.

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Eis que nasce e não só nasce como permanece entre nós , um ser e igual a todos outros vaga cegamente pelo mundo.

Enquanto todos clamam por um pouco de carna, ele implora um pouco de anima. E vai construindo a vida de sonhos, apesar de saber o suficiente que esse tipo de construção tende a cair, e vai perdendo aos poucos: telhados, janelas, portas...

Por acreditar em algo que não existe, por desconfiar do que já foi estabelecido e por querer sempre um pouco mais é saudado: Oh, que cara estranho!

E completa mais um ciclo de vida, acompanhado por poucos que o suporta e alguns que nem o conhece direito. Correndo atrás de um amor, de uma vontade de viver que venha de si próprio.

Preenchendo o mundo com palavras, às vezes ,elas nem deveriam ser ditas.

Deixa que o silêncio seja o nosso resto...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

1° de 2011.





"Se o sol que é o astro rei ,que envia seus filhos solares para alimentar toda a terra de energia,se é ele que ilumina e dele que tudo se vê,poderia ele realizar o meu mais simples desejo?

Eu não peço nenhuma Helena,nem tão pouco um trono,um reino,fortuna nem nada.Queria só está com ela aquela menina que agora deve estar lhe esperando,com aquele ar de apaixonada pela vida,e um sorriso tão gracioso que poderia ser meu reino.

O Sol ouvindo aquilo tudo,sentiu-se tão impotente quanto a situação que se escondeu atrás das nuvens.

Ele  voltará a sua vida comum.Nada de sorrisos,paixões,fortunas,helenas....você."

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Antigo, não sei por que não tinha publicado.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Encantos (Encontros)

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Não é por bons motivos ou por motivos óbvios que o acaso acontece.

E pago na pele os atos dessa levada garota: A vida.

E então eu que já estava tranquilo, apesar de forçado a estar, prosseguia para o destino, sem paradas, sem decidas e sem rumo.
Ouvindo ao fundo o cd da banda Playmobille, por sinal incomodando a todos do carro que pediam vorazmente alguma outra banda mais coerente com a realidade “carnavalesca” que estamos vivendo, interessante como as almas tanto pedem pela felicidade enquanto a minha preza pela melancolia.

Como poderia acontecer, e se não fosse assim seria apenas coincidência, tocava a Dama de Áries. Enquanto aquele riff lento (e que eu tento tanto aprender) soava ao fundo do carro, eu ia pensando, pensamento tão longe para coisas tão perto, diga-se de passagem, que eu ainda pensava em como atualizar meu joguinho, mas não era o principal.

Mais então a Dama de Aquário (leia Dama de Áries) surgia inesperadamente, o meu amor.

Como vê-la sem sentir um sorriso vindo do fundo da alma? Um tento que contaminava rapidamente meu ser e eu que era pura melancolia me fazia carnaval.

Queria poder descer do mundo e deixar de vê-la por uma janela, queria poder estar apenas por estar, para apenas me (te) fazer sentir algo diferente.

Como é linda a felicidade, precisava repetir isso.

E aquele sorriso acompanhado de uma feição misteriosa que ainda não me saiu da cabeça, queria saber apenas o que também sentiu nem que seja puro susto, curiosidade ou qualquer coisa.

Eu joguei todos meus sentimentos para que fosse atropelado para simplesmente ter o seu cuidado. E agora?

Agora, enquanto escrevo, já tocava a próxima vez.

E eu já nem mais sei onde tudo isso vai acabar talvez eu pare de ouvir o cd em Linda Rosa, quem sabe.

“Da próxima vez que a gente se encontrar
eu vou te abraçar, vou chorar, vou morrer
só pra te fazer sorrir
só pra te fazer sorrir
só pra te fazer sorrir
só pra me fazer sofrer”


Talvez seja necessário ouvir as musicas abaixo:

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Amor, não passe por aqui.

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Amor, não passe por aqui.

Há quem faz do coração um cais e espera, ansiosamente, que o amor venha e atraque. Com certeza um dia o amor chegará e ficará por um tempo, mas irá logo embora e deixará vazio, novamente, o porto.

Há quem faça do coração o rio e deixa o amor viajar livremente por ele. Mas o amor é fugaz, rápido, tortuoso e por mais que se corra atrás talvez nunca o veja.

Por fim, preferi fazer do meu coração àquela árvore que espreita ao longe o rio por onde corre o amor. Ficarei feliz por ver tantos amores passarem e chorarei pelos navios afundados, mas estarei firme e preso ao chão.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

(Des-) Acalanto

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Dorme vadio moleque, nos meus braços, enquanto lhe acaricio, enquanto lhe pergunto seus problemas e sirvo-lhe de travesseiro, de confidente, de amor.

Dorme, pobre moleque, esqueceram de lhe chamar para a festa da vida , enquanto todos riem,bebem,choram,
você esta em casa curtindo esse pobre e tão vazio pranto.

Chora nesse tão triste acalanto, mas saiba que eu lhe protejo.

Porque sou o que há de tão temido dentro de ti, seu mal.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Viver.

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Estou comprando qualquer briga, resolvendo qualquer problema, por mais banal que seja, estou apenas querendo viver.

Estou jogando todos os jogos, apostando minha alma, colocando todas as cartas, sem mistérios, estou apenas querendo vencer.

Estou querendo beber até o ultimo gole, comer a ultima migalha, viver até o ultimo batimento.

Viver intensamente, calma ,minha mente!

Não seja a isso tão indiferente.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ato : A travessia.

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-Meu caro amigo...
- Quem me dera se caro fosse ou se valesse pelo menos um vintém. Nenhum dono de escravo me levou aprisionado para cuidar dos camelos, nenhuma dama criou amores por mim, não tive filhos, não tenho nada e, ainda por cima, estou nesse deserto. Por que eu valeria alguma coisa, prezado amigo?
-Amigo, não se mede o valor de ninguém pelo deserto que ela anda. E, mesmo se fosse possível estimar o valor de alguém desse modo, para mim seria muito valioso a sua companhia e sua conversa pessimista.

Ambos riram e caminharam lentamente pelo deserto. Grão por grão foram sofrendo, pagando, lembrando e comemorando cada novo dia que chegava.

Nenhum oásis poderia pará-los. Iam rumo ao nada, ao desconhecido em busca de uma aventura sem sentido, um amor sem acalanto, um ódio terno, uma vida simplesmente humana.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

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 "Prolixo, por ser
 por simplesmente temer
 não Ser nada para dizer
 enquanto a madrugada tarda o amanhecer"

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Eu barro.

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Feito de barro
Me fiz um barraco
Pobre,eu,joão de barro
Me fiz de casa e morri de espasmo