Era uma vez um convento. Era lá onde viviam os monges, os padres e o abade Marcos e eram eles que sonhavam em construir um abrigo para meninos abandonados na infância. Era tudo modesto no convento; livros antigos, salas escuras, penitências, pouca comida e o silêncio mais profundo que só conhece quem precisa pensar.
Sua arquitetura era bastante tenebrosa. De longe podia ser visto um castelo com várias grandes janelas e torres; era totalmente escuro e ficava em cima de uma grande colina. Em noites de chuva ou em alguns dias do ano, podia se ver uma névoa que rodava o convento.
Nem sempre foi um convento. A história diz que foi construído para uma dama. Um português tinha gastado todo o seu ouro, prestígio e fama para construir aquela obra faraônica para uma espanhola de família nobre.
A obra demorou 10 anos para ser terminada. Depois de todo esse tempo a espanhola tinha perdido o ar jovial, o português tinha morrido de tuberculose, as duas famílias tinham sido arruinadas e o castelo estava, enfim, abandonado e amaldiçoado.
Isso ocorreu por bastante tempo até que o primeiro abade, João, resolveu juntar a ordem franciscana daquela área e reformaram o castelo. Foram mais cinco anos de trabalhos intensos e intermináveis. À noite o castelo brilhava, talvez pelo trabalho dos ferreiros, mas os moradores podiam jurar que viam anjos erguendo as tábuas e modelando a obra de Deus.
Foi assim que passou de geração por geração. Houve Joões, Pedros, Tiagos, entre outros abades. E foi a partir da obra de todos esses enviados de Deus, que se criou uma vila nas redondezas.
Era uma vila de passagem. A população era constituída basicamente de viajantes que passavam noites ou peregrinos que vinham de locais bastante distantes para visitarem o convento. Havia uma escola prática onde os alunos aprendiam a pescar, caçar, forjar e outros trabalhos pesados. No mercado havia abundância de peixes, frutas e verduras (que eram plantadas nas hortas do convento). As três pousadas amarelas da Dona Cecília davam um ar de graça e jovialidade na cidade contrastando com o resto escuro e sombrio.
As pessoas daquela época também eram sombrias, apesar de toda luz emanada pelo convento. Ao nascer do dia, pareciam vários porcos que se deliciavam na lama, a ignorância parecia ser motivo de felicidade. Na noite, a boemia, a orgia e a vida mundana se deitavam e se beijavam de um jeito tão sem fim que só a luz do sol fazia cessar.
Mas hoje, no convento, havia apenas os livros históricos da cidade, documentos importantes escritos pelos portugueses há muito tempo atrás. Livros que enfeitavam uma biblioteca gigantesca que possuía uma passagem secreta para a sala de reunião.
E era lá que, nesse momento, os moradores mais importantes discutiam o futuro de um imenso e paupérrimo império que já não era mais como antes.
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O inicio do projeto
vou fazer varias historias se completando como se fosse um livro
espero que gostem
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
Fim
Toc, Toc…
Porque eu não levanto?
-Vai! Levanta, seu inútil! Abre a porta e resolve seus problemas...
Mas a cama é tão boa. Ficar deitado olhando para o teto que gira ao meu redor e resolvendo todos os meus problemas de um modo que eles nunca se solucionariam. E é tão boa a preguiça e fingir que o resto do mundo não existe. Passaria a eternidade aqui...
Trim, Trim, Trim...
Por que eu não atendo?
-Vai, seu imprestável! Atende ao telefone. Pode ser importante...
Mas por que eu atenderia? Ficar aqui no chão tocando violão me evita conseqüências e tudo que eu queria agora é que o tempo voasse e o amanhã chegasse, e depois viria o depois de amanhã e assim sucessivamente na velocidade da luz e em breve estaria tudo acabado.
Tarssio!!! Tarssio!!! Tarssio!!!
Por que eu não respondo?
-Vai seu inapto, inválido! Responde...
Mas a TV é tão segura, tão obediente e o mundo lá fora é medonho. Prefiro ficar aqui sentado, engordando, desaprendendo, quero mais saber de você não, vida.
Blem! Blem! Blem!
Mas uma vez eu estou deitado, fim de tudo...
I am just lazy...
Porque eu não levanto?
-Vai! Levanta, seu inútil! Abre a porta e resolve seus problemas...
Mas a cama é tão boa. Ficar deitado olhando para o teto que gira ao meu redor e resolvendo todos os meus problemas de um modo que eles nunca se solucionariam. E é tão boa a preguiça e fingir que o resto do mundo não existe. Passaria a eternidade aqui...
Trim, Trim, Trim...
Por que eu não atendo?
-Vai, seu imprestável! Atende ao telefone. Pode ser importante...
Mas por que eu atenderia? Ficar aqui no chão tocando violão me evita conseqüências e tudo que eu queria agora é que o tempo voasse e o amanhã chegasse, e depois viria o depois de amanhã e assim sucessivamente na velocidade da luz e em breve estaria tudo acabado.
Tarssio!!! Tarssio!!! Tarssio!!!
Por que eu não respondo?
-Vai seu inapto, inválido! Responde...
Mas a TV é tão segura, tão obediente e o mundo lá fora é medonho. Prefiro ficar aqui sentado, engordando, desaprendendo, quero mais saber de você não, vida.
Blem! Blem! Blem!
Mas uma vez eu estou deitado, fim de tudo...
I am just lazy...
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Em casa
...
Sabe quando uma pessoa está perdida dentro de si? E até na maior calmaria de um monótono dia de domingo a gente se sente num caos de dia anterior a feriado? O pior é que agente espera o fim - e este não existe.
Era assim que o homem da historia se sentia. Perdido dentro de um bosque daqueles de histórias infantis. Corria desesperadamente e sempre se encontrava em lugar nenhum. Quando se sentiu cansado sentou num rochedo que ficava exatamente no centro de uma clareira e acabou adormecendo.
Sonhou com um casebre. Era um lugar muito humilde, mas havia nele uma imponente escada. Varias vezes tentou subi-la e descê-la, em muitas tentativas rolou escada abaixo. Também havia uma bananeira, um quintal e um sorriso com gosto de amor nos quatro cantos da casa.
Por hora resolveu sair desta, encontrou uma rua e uma laranjeira. Laranjeira que representava a doação para o bem do próximo e quando pensou em retirar uma fruta ganhou um sorriso satisfeito da bela e nobre árvore. Na rua os garotos jogavam o esporte dos malandros. E todos imitavam a malicia de um negro torto que enganava como os brancos e dançava como os seus ancestrais que viajaram n quilômetros para maldar e trazer beleza para o “soccer” dos ingleses.
Foi nesse momento que lembrou as aventuras nas vielas. Os amores, as descobertas e os aprendizados. Não pode deixar de relembrar as varias decepções e quantas vezes se sentiu mal por ter saído de casa.
E caminhando pôde ver a escola que esquentou. Conseguia ver uma fabrica de Robot’s e um grande pânico: Vestibular. Mesmo assim via a pureza de algumas meninas que contrastava com a malícia de algumas um pouco mais letradas.
E como era belo o despertar daquelas pessoas para o amor ou para o próprio contato físico. Elas iam se conhecendo, se amando e aquela fábrica de humanóides parecia agora, com uma grande festa em celebração a vida.
Quando acordou sentiu-se um pouco em casa. Estava no inicio de uma longa escada e agora sabia como subi-la. Não que ele não fosse cair em algum momento, mas levantaria e subiria novamente.
Sentia ainda falta daquele sorriso com gosto de amor, aliás, nem lembrava mais dele. Tinha a lembrança de sorrisos encantados, satisfeitos, maliciosos, pedintes... Estava a procura de um brilho no olhar, de um belo rosto e daquela carinha tão instigante que só uma mulher sem jeito tem. Era isso que ele elegera como um lar e agora não era tão menos miserável que um sem-teto.
Por sorte a encontraria em algum ponto da escada e juntos subiriam alguns degraus e seriam tão banais e ridículos como dois bonequinhos de mãos dadas subindo a vida.
Mas seriam felizes... Alguma hora seria feliz...
Sabe quando uma pessoa está perdida dentro de si? E até na maior calmaria de um monótono dia de domingo a gente se sente num caos de dia anterior a feriado? O pior é que agente espera o fim - e este não existe.
Era assim que o homem da historia se sentia. Perdido dentro de um bosque daqueles de histórias infantis. Corria desesperadamente e sempre se encontrava em lugar nenhum. Quando se sentiu cansado sentou num rochedo que ficava exatamente no centro de uma clareira e acabou adormecendo.
Sonhou com um casebre. Era um lugar muito humilde, mas havia nele uma imponente escada. Varias vezes tentou subi-la e descê-la, em muitas tentativas rolou escada abaixo. Também havia uma bananeira, um quintal e um sorriso com gosto de amor nos quatro cantos da casa.
Por hora resolveu sair desta, encontrou uma rua e uma laranjeira. Laranjeira que representava a doação para o bem do próximo e quando pensou em retirar uma fruta ganhou um sorriso satisfeito da bela e nobre árvore. Na rua os garotos jogavam o esporte dos malandros. E todos imitavam a malicia de um negro torto que enganava como os brancos e dançava como os seus ancestrais que viajaram n quilômetros para maldar e trazer beleza para o “soccer” dos ingleses.
Foi nesse momento que lembrou as aventuras nas vielas. Os amores, as descobertas e os aprendizados. Não pode deixar de relembrar as varias decepções e quantas vezes se sentiu mal por ter saído de casa.
E caminhando pôde ver a escola que esquentou. Conseguia ver uma fabrica de Robot’s e um grande pânico: Vestibular. Mesmo assim via a pureza de algumas meninas que contrastava com a malícia de algumas um pouco mais letradas.
E como era belo o despertar daquelas pessoas para o amor ou para o próprio contato físico. Elas iam se conhecendo, se amando e aquela fábrica de humanóides parecia agora, com uma grande festa em celebração a vida.
Quando acordou sentiu-se um pouco em casa. Estava no inicio de uma longa escada e agora sabia como subi-la. Não que ele não fosse cair em algum momento, mas levantaria e subiria novamente.
Sentia ainda falta daquele sorriso com gosto de amor, aliás, nem lembrava mais dele. Tinha a lembrança de sorrisos encantados, satisfeitos, maliciosos, pedintes... Estava a procura de um brilho no olhar, de um belo rosto e daquela carinha tão instigante que só uma mulher sem jeito tem. Era isso que ele elegera como um lar e agora não era tão menos miserável que um sem-teto.
Por sorte a encontraria em algum ponto da escada e juntos subiriam alguns degraus e seriam tão banais e ridículos como dois bonequinhos de mãos dadas subindo a vida.
Mas seriam felizes... Alguma hora seria feliz...
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